Monday, October 20, 2008

A CRISE,PAULO E AS FRAUDES

O nosso demagggo Paulo Portas andou por aí a explicar ao povo que não era contra o subsídio de inserção, mas que era contra o subsídio pago fraudulentamente, acrescentando que os que dele beneficiavam por fraude eram 20% do total.Assim propõe que se elimine totalmente a fraude e com os 20% assim poupados se aumentassem as pensões de reforma mais baixas que, todos estamos de acordo, não dão para nimguem viver decentemente. Assim castigavam-se os fraudulentos, que não querem é trabalhar,e eliminava-se uma injustiça social sem dispender mais um centimo do erário público. Quem é esperto, quem é?
Bem, qualquer sistema, por bem construído que esteja, permite sempre a fraude. Assim seria dificil, se não impossível eliminar toda a fraude. Por outro lado a fraude para obter subsidios de inserção é sempre uma fraude de pobretanas, já que o subsidio mal dá para viver.
Mas porque não se lembrou o inefável P.P. de crear uma pequena taxa de solidariedade sobre o excesso de €10000 recebido por qualquer pensionista.Ou porque não taxa,fortemente, as surras, gratificações anuais, participações, comparticipações, despesas de representação e todas as invenções semanticas de admnistradores, públicos e privados, altos funcionários, gerentes, procuradores, representantes e modestos simples chulos do orçamento para poderem continuar a viver à grande e à francesa, mesmo em tempo de crise.Note-se que mais de 50% destas práticas são tão ilegais e fraudulentas como as pobres que se candidatam,sem direito, aos subsidios. Mas o prejuizo que os ricos causam à sociedade é muito maior que o causado pelos pobres, ea presente crise é prova disso mesmo
Mas porque raio de carga de água o democrata cristão Paulo Portas se encarniça só contra os pobres de Cristo. AR

Tuesday, September 23, 2008

E AGORA, JOSÉ

Se a estupidez fosse música,os nossos comentadores económicos constituiam uma orquestra. O Pacheco pereira que tem muitos livros, mas não os lê,veio dizer no PÚBLICO, que o melhor é não intervir em nada, porque o mercado se encarregará de por tudo em ordem. O Pulido Valente , para verberar os intervencionistas, descobriu no mesmo jornal, claro, que esta crise não tem nada a ver com a de 1929. Pois não! Só que vai ser resolvida pelo mesmo processo: intervenção do estado ultra liberal americano, cujo presidente é o ultra liberal Bush, com dinheiros dos contribuintes americanos para apagar as asneiras os disparates e as desosnetidades de outros ultra liberais que, à frente das empresas, montaram esquemas financeiros que atiraram o mundo para este cafarnaum económico e encheram escandalosamente os seus bolsos. E então o nosso António Borges, que até há pouco tempo foi vice-presidente de uma multi-nacional,gerida por principios ultra-liberais e, por isso, à beira da insolvencia também veio defender que tudo deve continuar na mesma, sem intervenções nem regulações, continuando a defender que o dinheiro com que os portugueses procuram assegurar as suas reformas deve ser privatizado e entregue aos especuladores de serviço que em pouco tempo encherão, com ele, os seus bolsos,deixando pouco mais que nada para aquilo a que se destinava.
Mas o próprio Secretário de Estado do Tesouro americano, quando foi ao Congresso tentar obter do legislador as necessárias aprovações para o pacote intervencionista que, em desespero de causa o governo engendrou para tentar salvar a<>
Devem ser projectados na sarjeta de onde nunca deviam ter saído. CAR

Thursday, August 14, 2008

PROPRIEDADE SOCIAL

A função social da propriedade é um factor importante da propriedade, sem o qual esta perderia todo o sentido.Na verdade uma concepção egoista do conceito da propriedade privada, levaria a divisão da humanidade entre proprietários e não proprietários, o que conduziria a um conflito permanente. Já Locke afirmava que "o homem é senhor de si próprio e proprietário da sua própria pessoa e das acções e do trabalho da sua pessoa"Se istoé verdade, contem em si próprio os limites à propriedade privada; na verdade, apesar de dono de si próprio, não pode o homem dispor absolutamente de si próprio: não pode , por exemplo, reduzir-se voluntáriamente à condição de escravo e mesmo o suicídio é lhe negado por muitas legislações que o punem como crime,embora só quando falhado.
A propriedade é um roubo,disse um filósofo.Mas a verdade é que, mesmo os revolucionários mais radicais depressa se aperceberam que a propriedade privada exercia uma função social importante:garantir a independencia do individuo, só que dificilmente generalizavel. Partia-se do principio que o acesso à propriedade privada tinha a sua base no trabalho, no esforço e na inteligencia, esquecendo que ele tambem provinha da ganancia, da usura, da especulação, do recurso a meios ilicitos, do nepotismo etc.Assim, baseado na propriedade privada, o mundo tendia a dividir-se entre os que possuem e os que não possuem,tanto a nivel global como a nivel das nações. Esta situação, para as nações, era fonte de desordem e de instabilidade e de insegurança.Com a revolução industrial e a generalização do regime salarial, o proletário que ganha apenas para subsistir e, muitas vezes hem isso, torna-se um problema a resolver com urgencia.O século xviii definiu os direitos e garantias do individuo, mas no século xix ele continua explorado, dependente e inseguro. Por isso o século xix inventa a propriedade social e o estado social. Este intervem nas relações laborais e promove que parte do salário seja aplicado na segurança do trabalhador. SEGURANÇA NA VELHICE (REFORMA),segurança na saúde, segurança no desemprego.Esta segurança passou a ser um activo do trabalhador, de que ele não pode prescindir e pelo qual lutará e que funciona para o trabalhador como garantia da sua independencia, tal e qual a mesma função que a propriedade privada tem para os ricos.
A propriedade social será aquela que o Estado detem, por si ou por orgãos autónomos, empresariais ou não, com vista ao prosseguimento do interesse geral, em proveito da comunidade. Os seus efeitos não são sentidos directa e imediatamente pelo trabalhador, mas devem contribuir para a segurança geral e ser um factor de desenvolvimento e bem-estar. Por isso a propriedade social não deve ser esbanjada.
LEIA DENTRO DE DIAS:O ESBANJAMENTO DA PROPRIEDADE SOCIAL PÚBLICA- O CASO INETI

Monday, June 23, 2008

FUTEBOL


Este país está perdido. Há dias,num programa dominical da Antena 2(rádio), a D. Maria João Seixas,intelectual da nossa praça, exclamava , num momento de ódio, qualquer coisa como isto: Não posso com o Mourinho. Oxalá ele só tenha desaires lá no Inter e desapareça!
É certo que o Mourinho está cheio de prosápia e isso torna-o um pouco antipático, mas nada que justifique tal ódio das bruxas intelectuais da nossa praça. Por outro lado, ele tem obtido sucessos na sua carreira, óbviamente produto de trabalho e estudo, o que só merece a nossa admiração, gostemos ou não de futebol.
O que não se justifica é este ódio ao sucesso por parte dos nossos intelectuais, de que a fala da D. Maria João é apenas um dos mais recentes tristes exemplos.
Mesmo no campo dela( se é que ela tem "campo", já que nenhum feito lhe é conhcido que acrescente mais valia ao "thesaurus" nacional), só aos mortos´é permitido sucesso, porque já não podem concorrer ao bolo de que os vivos se alimentam. Basta lembrar Camões, o maior, que teria morrido à fome, sem sucesso, destruído pelas invejas dos seus contemporaneos, se não fora a Bárbara, sua escrava, esmolar para o alimentar.
Mas nisto do futebol, não são apenas os intelectuais os porta-vozes da inveja nacional.No recente Europeu Portugal perdeu com a Alemanha por 2-3. Jogou melhor, a Alemanha foi ajudada pelo árbitro.
Mesmo assim ficou entre os 8 melhores da Europa.., um dos quais perdeu com Portugal, o que, se calhar, quer dizer os 8 melhores do mundo.Seria o suficiente para,passada a tristeza de não termos ido mais longe, acordarmos em que tinha sido muito bom, para nós , pequeno país, sempre na cauda das classificações europeias.
Mas não; foi péssimo.Tudo por culpa do Scolari que ,todavia conseguiu alguns dos melhores resultados da selecção portuguesa de sempre.E é brasileiro. Mas se fosse português, era o mesmo; porque, com sucesso, em Portugal, só mortos
AR


Saturday, May 3, 2008

MUGABE, E DEPOIS...



Só se admira com o comportamento de Mugabe quem não conhece os seus antecedentes e a sua ideologia nem as condicionantes que o levaram a aceitar os acordos de Lancaster House.Desde o início das conversações que Mugabe se recusava a qualquer tipo de acordo que n-ao passasse pela expulsão de todos os brancos, a apropriação de todos os seus bens( em beneficio da nova clique dirigente), julgamento e provável execução, dos membros do governo rodesiano, no tempo da Declaração Unilateral de Independencia.Se isto não fosse aceite, ele preconizava a ruptura das negociações e a continuação da luta armada. Mas para que esta política tivesse alguma vantagem para as forças de Mugabe, era-lhe necessário o apoio de Moçambique, em cujo território tinha e contava poder continuar a ter as bases militares e os santuários para a continuação da sua " luta de libertação " que era apenas um disfarce para uma luta de destruíção e rapina.
Foi aqui que mais uma vez o espirito conciliador e a diplomacia de Samora Machel se fizeram sentir. Chamou Mugabe e comunicou-lhe que ou ele aceitava os acordos ou Moçambique lhe retirava todo o apoio, expulsando-o e às suas forças do território moçambicano. Foi por isto e contra vontade que Mugabe aceitou os aordos de Londres que levaram ao governo de maioria e à fundação do Zimbabué. Por isso a primeira-ministra britânica agradeceu e, nas suas memórias, rendeu homenagem a Samora Machel.Foi por isso ainda que o Zimbabué estabeleceu uma democracia multi-racial, com o domínio da maioria e o respeito das minorias, sem que estes sucessos sociais e políticos impedissem a continuação de uma economia saudável e capaz de proporcionar ao seu povo um desenvolvimento sustentável.
Mas quando Mugabe começou a ver que, com a usura natural do poder, este lhe podia fugir das mãos, num regime comandado por principios democráticos começou a dar golpes que,pensava, lhe aumentariam a popularidade. Assim, além das práticas de manipulação de eleições, expulsou e roubou os fazendeiros brancos, lançou-se numa guerra no Congo, apenas para se apoderar de diamantes, pôs o povo, brancos e negros, a emigrar, creou fome no país, antes excedentário em alimentos e provocou uma inflacção disparatada e incontrolável.Mas nem com tanta prepotencia e manipulação conseguiu ganhar as eleições, o que significa que está politicamente acabado.Os seus antigos amigos e aliados , da África do Sul, de Moçambique, da Namíbia e de Angola, que tão pouco intervenientes se têm mostrado, devem agora começar a tomar iniciativas, seguindo o exemplo de Samora Machel, para lhe criar uma saída airosa e digna.

Tuesday, March 25, 2008

O ESTADO HARPAGÃO

Imagine que se passeia, à noite, por uma rua de Lisboa e que, sem que você seja visto, vê um fulano esfaquear outro, deixando-o indúbitávelmente morto estendido no chão. Você acabou de presenciar um crime que faz? Provávelmente chama a polícia e assim cumpriu um dever de bom cidadão. Mas acha que era obrigado a proceder assim? Pois não era.
O artigo 242º do Código de Processo Penal é muito claro ao estabelecer obrigatória a denúncia de um crime apenas para as entidades policiais ( pudera!) e para os funcionários públicos, mas estes só quando tenham conhecimento do crime pelo exercicio das suas funções. Para além disto o Estado dá a faculdade ao cidadão de fazer ou não a denúncia. Isto é deixa a denúncia à consciência do cidadão ( artigo 244º do mesmo código do processo penal). Isto é assim por múltiplas razões de entre as quais destacamos o principio de que o procedimento criminal deve ser deixado aos orgãos próprios do estado que garantam independencia, autonomia e justiça minimizando a tendencia para transformar o procedimento criminal num acto de vingança ou de retaliação. Claro que a partir da abertura do processo, qualquer cidadão tem o dever de cooperação com as entidades investigadoras, fornecendo-lhes as provas de que for detentor ou de que tiver conhecimento. Mas isto nada tem a ver com denúncia. O denunciante era nos séculos XIX e XX um individuo marginal e mal visto que punha em causa a coesão do grupo ou célula social em que a nova sociedade industrial baseava o seu desenvolvimento, fosse ele a família, a empresa ou outro qualquer. Daí que o estado burguês não se atrevesse a tornar a denúncia obrigatória. É claro que, com o aparecimento de novos tipos de criminalidade cujo objecto já não é o individuo mas grupos humanos é natural que algumas inflexões sejam feitas ao principio da não obrigatoriedade da denúncia, mas sempre com muita cautela e muita restrição, porque não se pode transformar uma sociedade num bando de delatores. Assim se, em principio se justificaria estabelecer a obrigatoriedade de denúncia para crimes de terrorismo, já não faz qualquer sentido retirar todas as garantias de defesa aos suspeitos de tal crime, como fez a admnistração americana. Mas os EUA são de facto uma democracia onde são asseguradas as reacções aos abusos de poder e a imprensa , os tribunais, a opnião pública, o Senado eo Congresso vão, a pouco e pouco, reconduzindo as coisas ao trilho essencial do respeito dos direitos fundamentais.
Mas que dizer deste Portugal pequenino onde qualquer director geral se arroga o direito, com ameaças de coimas e de multas, de obrigar os noivos, nos 15 dias da sua lua de mel, a denunciar hipotéticas infracções, cujo o processo ainda nem sequer foi iniciado nem sequer se sabendo se foram cometidas. Isto não é cooperação, é denuncia e, mais grave, denúncias de infrcções que o denunciante não sabe se foram cometidas. Tudo isto porque o estado se julga legitimado a cometer as maiores tropelias para aumentar a receita, embora nos não diga para que serve a receita.A receita aumenta e os impostos não descem; a receita aumenta e os investimentos públicos não sobem e o desemprego não desce. Para que serve, então a receita?A verdade é que o cidadão comum já não acredita que o estado é uma pessoa de bem, e isso é o pior que pode acontecer a uma nação.
Eu, por exemplo, ando com uma desconfiança. Não tenho dela a mínima prova, mas ando desconfiado. Desconfio que o governo nunca quiz por o aeroporto de Lisboa na OTA, mas sim em Alcochete. Baseado nos compromissos do s governos anteriores, lançou a OTA, mas quando a opsição, em unísuno, foi contra, deu-lhes Alcochete e calou-os. No fim, vamos ver quem ganha com o negócio!
AR

Wednesday, March 12, 2008

THIS IS A MAD, MAD WORLD

No PSD os seus barões descobriram agora que o pagamento das quotas em dinheiro era não só Ilegal, como prenúncio de diversas malfeitorias, como a lavagem de dinheiro e outras nefandas práticas.A gente lê, ouve e não acredita.
São pessoas bem vestidas, com a cara lavada,alguns licenciados outros doutores, acesso directo à TV,muitos já eleitos como nossos lídimos representantes e3 que, sem corarem de vergonha, aparecem nos écrans,nas colunas dos jornais, na rádio, enfim nos média pagos com o nosso dinheiro mas só à disposição deles, a vomitarem as maiores alarvidades como se dogmas fossem, mas todos denunciando aquela sua íntima e evidente convicção, certamente adquirida em cursos de formação em marketing que o nosso governo fornece com dinheiros da UE, de que somos todos estúpidos.Nimguém dirá aquelas bestas que o dinheiro continua a ser o intermediário geral das trocas e,portanto o seu uso não pode ser ilegal;nimguem dirá aqueles atrasados que as grandes fraudes financeiras( e as pequenas também) são feitas por transferencia bancátia e que essa história da "malinha james bond" cheia de dólares Já se não usa, até porque os dólares são capazes de se desvalorizarem catastróficamente durante o tempo de uma viagem de avião.
Mas apesar de o disparate ser evidente, eles continuam a debita-los, embrulhando tudo em ética e moralidade, quando o que verdadeiramente está em causa são os seus mesquinhos interesses egoistas

XXX
O estímulo à inflacção praticado pelos nossos média, mesmo os poucos estatais que ainda há,é um espanto, porque podendo beneficiar uns poucos especuladores é ,óbviamente, um atentado contra o povo em geral.Ainda temos presente a imagem daquele especulador que veio para a TV, jornais e etc berrar que o pão tinha que aumentar 50% para os pobres padeiros não morrerem à fome.Quando um ministro, reconhecendo embora o aumento do preço do trigo, veio pôr ordem nas contas do padeiro explicando como e porquê o aumento do trigo não justificava o aumento do pão preconizado pelo padeiro especulador, foi muito mal recebido e certos jornalistas fizeram lhe perguntas inculcando que o especulador é que estava certo.
Outro dia, a querida RDP fez melhor, tomou a iniciativa de ser ela própria a incentivar a especulação. Abriu uma noticia com o título : A bica vai aumentar.
Depois foi ouvir o Sr Nabeiro, no que fez muito bem porque é das poucas pessoas neste país que percebe do negócio do café, e o Sr. Nabeiro depôs muito bem e explicou que o aumento do preço do café se devia à especulação internacional e que os investidores, sobretudo norte-americanos, tendo abandonado o investimento imobiliário, por causa do escandalo dos sub-prime, se fixaram nos futuros dos produtos agrícolas, dando origem ao aumento dos preços, entre os quais o do café. Perguntado de seguida sobre o montante desse aumento, o Sr. Nabeiro explicou que seria entre 5% e 10%.Logo o jornalista ao serviço das cafetarias especuladoras da nossa praça anunciou que a bica ia subir para €.75 e €.80 ou mesmo mais. Como a bica está actualmente ao preço de €.55 ou €.60. Um aumento de mesmo 10%, nunca colocaria a bica acima dos € .66. Mas o jornalista saltou por cima dos factos que possuía e anunciou € .80 ou mesmo mais, promovendo a especulação.
E se o leitor quer saber quanto vale um café realmente compre um quilo de café, vá para casa e faça tantos cafés quantos puder, com água do Luso, se quiser. Depois divida o que gastou pelo número de chávenas que fez e a diferença entre o produto obtido e o preço da chávena ao balcão é o lucro do comerciante. Veja lá se não dá para enriquecer, se o negócio for bem gerido



Friday, February 29, 2008

LEIS, PORTAS E CASINOS

Quando apareceu publicada nos jornais a carta da sociedade exploradora do Casino Estoril dirigida a um ministro do CDS no goerno Santana Lopes pedindo para modificar a lei do jogo no sentido de que finda a concessão o imóvel não revertesse obrigatóriamente para o Estado e esclarecendo mesmo que a mudança era tão subtil que pouca gente se ia aperceber da moscambilha, Portas, ex-ministro da defesa no mesmo governo, enervou-se e saltou para a liça.Claro que nem um dos preclaros jornalistas que lhe aparou as cogitações sobre tão fraudulento processo legislativo lhe perguntou o que tinha o minitro da defesa a ver com batota, casinos e negócios quejandos. Assim, à vontade, o ex-ministro mudou a agulha da argumentação até aí usada pelos seus pares e, com base naquela sua intima convicção que o povo português é estúpido e que basta dizer, com voz clara, frases com o sujeito antes do verbo e, se este for transitivo, com o complemento directo a seguir para o engrolar, começou a explicar que o negócio tinha sido óptimo para o estado e também para o povo que tinha poupado muito dinheiro em impostos.
Esqueceu-se óbviamente de dizer como uma empresa explorando negócios pouco sadios tem poder para por um governo a modificar leis em seu directo beneficio, utilizando truques disfarçadores do real objectivo; também se esqueceu de explicar ao povo néscio como é que, dentro de umas dezenas de anos, quando terminar esta concessão, se vai ver um governo para por em concurso sério uma concessão sediada num local propriedade de um dos prováveis concorrentes que , ainda por cima, terá a faculdade de fixar a renda se a concessão não lhe for atribuida. Claro que a Sociedade Estoril-Sol só escreveu aquela carta altamente comprometedora, porque , depois das promessas que lhe tinham sido feitas estava mesmo a ver que lhe iam roer a corda porque não sabiam como descalçar a bota. Assim mandou-lhes a carta mais a lei para que , com a sua proverbial burrice, não fizessem asneira. Por outro lado torna-se evidente a importancia do singular visto do ministro CDS Telmo Correia,no parecer da Direcção de Jogos que lhe dizia que, em face da nova lei, já não era obrigatória a reversão`É que ele, também de acordo com a subtileza da nova lei, podia ter dado um despacho do género: Visto. Concordo. Introduza-se cláusula de reversão no contrato de concessão. MAS NÃO O FEZ!
AR

Friday, February 15, 2008

AINDA A CORRUPÇÃO

A corrupção está na moda. Não comentá-la ou criticá-la, mas faze-la. Os nossos média sempre tão ávidos em criticar as mais pequenas falhas nas reformas do governo, mostram-se muito contidos na escandaleira do BCP e nas cumplicidades que a tornaram possível. Todos estamos lembrados das desculpas esfarrapadas do governador do Banco de Portugal: que não podia controlar tudo, que eram 12 milhões de operações, etc. , etc. Sabem o que aconteceu em França, na "Societé Generale ". O presidente apresentou a demissão e desculpou-se dizendo que não tinha conseguido controlar aquela situação ( com o que não excluia a sua responsabilidade). Sabem como comentou isto o Presidente da Rèpública, Sarkozi? Disse que pessoas que ganham o que ganha o presidente da "Societé Generale" têm de cumprir tudo o que lhes compete e não se podem desculpar com " não consegui".Mas ,aqui, neste cantinho de brandos costumes, as mais disparatadas desculpas são ditas na TV, na Rádio, nos jornais, os comentadores calam-se ou põem aquele sorriso ambíguo da rapaziada do " Expresso da Meia-Noite ", o Governo nada diz, porque não se intromete em questões privadas (mas afinal aquela actuação dos gestores do BCP não pôs em causa o nosso tão gabado sistema financeiro e isso não é coisa públic
Com ironia, Montaigne, nos seus ensaios, perante situações semelhantes de corrupção e ganancia, preconizava outras soluções. Dizia ele, conformado:

...Em qualquer estado político há necessáriamente funções não só abjectas como corruptas...

Se elas se tornam descukpáveis, na medida em que precisamos delas e a necessidade comum apaga a sua verdadeira qualidade, deixemos que tais papeis sejam desempenhados por cidadãos mais vigorosos e menos medrosos que sacrifiquem a sua honra e a sua consciencia como aqueles antigos que sacrificavam a vida para salvar a pátria. O bem comum exige que se minta traia ou massacre; pois entrguemos essa comissão aos que são mais obedientes e subtis que nós.

Talvez tenha razão.

A. R.

Thursday, January 24, 2008

NOTÁVEIS E VIGARISTAS

O conspícuo jornal de referencia " Diário de Noticias", ao dar a noticia de um acidente de aviação em Angola, titulava, mais ou menos assim: morreram tres notáveis gestores em Angola.Não saberá o " notável" jornalista que engendrou aqule título que deve fugir da adjectivação em jornalismo, sobretudo em títulos, como se diz que o diabo foge da cruz. A primeira missão do jornalista que se preza é separar o facto do comentário e adjectivar é comentar. Claro que isto nada tem a ver com a personalidade dos malogrados gestores, mas naquele desastre morreram mais pessoas.Perante a forma como a notícia foi dada, o leitor pode perguntar-se: seriam todos os outros umas bestas?
Tambem a propósito daquele charivari do BCP,em que não sabemos que mais admirar se a incompetencia dos autores da golpada (ponham os olhos na habilidade daquele rapaz que , em França, fanou cinco mil milhões de euros à Societé Generale), se a facilidade com que os nossos luminares admitem que são incapazes de cumprir a missão que aceitaram, juraram prosseguir e pela qual são principescamente pagos ( o governador do Banco de portugal ganha mais que o presidente da Reserva Federal americana,mas este era um mouro de trabalho útil,pois safou os USA de diversas crises e recessões; o nosso confessadamente não faz nada), os nossos conspícuos jornalistas,sejam da TV,dos jornais, da Rádio ou de qualquer novo media nunca se lhe (ao BCP) referem sem acrescentarem "o maior banco privado português".Qualquer dia transformam a locução numa palavra só. BCPomaiorbancoprivadoportuguês.E depois dizem que querem ser "independentes", quando já não têm é vergonha de serem, por acto próprio tão dependentes´porque também não acredito que os obriguem a escrever assim.
Admnistradores do BCP manipularam, ainda por cima de forma canhestra, o valor das acções próprias e provávelmente tiraram disso beneficios privados, mas paralelamente obrigaram funcionários e clientes a adquirir acções a preços altos, que agora não valem um caco, infringindo as mais elementares regras da concorrencia.Mas continua a ser "omaior banco privado portugês".
Já agora um aviso: o que os autores da façanha vão querer é que tanto o BP como a CMVM diluam as suas malfeitorias numas contra-ordenaçõeszinhas, quando aquilo são crimes com expectativa de, pelo menos 10 anos de prisão firme. Por favor não vão nisso, para não parecerem parvos
Já que falamos de notícias, vamos lá para outra que também tem contornos estranhos: foi recentemente noticiado que um banco pequenito( o BPN,se me não engano)foi vitima de extorsão. Um antigo empregado, um advogado e mais uns comparsas tendo-se apoderado de alguns documentos comprometedores para o banco, tentaram, em troca deles extorquir ao banco dois milhões e meio de euros.
Apanhados, foram todos presos e muito bem, nunca a mão doa à nossa polícia para estas coisas.Mas, pergunta-se o cidadão comum, e os tais documentos comprometedores para o banco, não darão tambem direito a um processo crime contra o banco e seus admnistradores.Um jornal,provávelmente distrído avançava que se trataria de lavagens de dinheiro. Mas que dinheiro: de droga, de terrorismo? Enfim, coisas de somenos,que nos não devem preocupar.Estará o BP novamente distraído e não terá lá um funcionário corta e cola que faça "dossiers" sobre malfeitorias denunciadas ou afloradas nos jornais, de modo que o banco possa actuar contra os seus tutelados que pisem o risco.Ou as denuncias que o fazem mover são apenas as dirigidas ao seu governador em papel A-4, hoje não selado, mas com assinatura reconhecida por notário.

A. R.