Monday, November 9, 2009

CUI PRODEST

Já não vale a pena comentar ou sequer emitir opinião sobre a lamentável comunicação ao país produzida pelo Presidente da República a propósito da denúncia feita por um seu assessor de que o governo andava a espiar a dita presidência, com pedido de publicação, o que foi cumprido obedientemente pelo jornal Público, em 18 e 19 de Agosto passado, cujo director, felizmente, vai à vida; mas não se inquietem, leitores, porque vai para um lugar melhor e mais bem pago, só que mais inútil, como sempre acontece aos enfatuados topo de gama da inteligência deste país. Na verdade nenhum comentador, mesmo os mais fieis e estúpidos, deixou de achar aquilo uma parvoíce e um tiro no pé de S. Excia, e que mais valia ele ter ficado calado. Mas se o leitor quer ler sobre o assunto um comentário objectivo e justo leia o de Miguel Sousa Tavares no Expresso de 3 de Outubro, que era o que eu teria feito, se não estivesse já feito.

Enfim toda a gente percebeu que aquilo era uma inventona para tentar lixar o Sócrates, com a participação activa de assessores do PR.

Mas há um tema que ainda ninguém comentou. Para desviar atenções da questão central, o PR denunciou um grupo de deputados do PS que o teriam intimado a meter na ordem os seus assessores que tinham colaborado na elaboração do programa de governo do PSD; e isto com a negregada intenção de colar o PR ao PSD e de afastar as atenções do país dos problemas sérios que o afligem.

Quando estudei latim ensinaram-me um brocardo, cui prodest (a quem aproveita), como base de investigação de qualquer evento de origem desconhecida. O principio tornou-se fundamental na investigação criminal e foi glosado em todos os tons pelos autores de romances policiais, desde o S. S. Van Dyne, passando pelo Ellery Queen, Agatha Christie até ao Stanley Gardner: A quem aproveita o crime Descoberto o beneficiário estamos a dois passos de descobrir o criminoso.

Ora que raio de proveito podia tirar o governo, o PS ou José Sócrates de uma colagem do PR ao PSD ou à Ferreira Leite. Em principio tal colagem só poderia aumentar a base de apoio do PSD e, portanto, as hipóteses remotas de o PSD ganhr as eleições. De facto este argumento do PR é mais uma estupidez das muitas que enxameiam aquela malfadada comunicação ao país

Mas já agora temos de fazer um ultimato ao PR: Se, na verdade foram assessores seus que fizeram aquela porcaria de programa do PSD, despeça-os já! Eles são incompetentes , ignorantes e nada percebem dos problemas do país,

E VÃO TRÊS - Nº 2-- A FORMAÇÃO

A formação foi a outra vertente em que foram desbaratados os dinheiros da União Europeia ( UE ), mas estes de forma escandalosa. Ninguém estava preparado, em Portugal, para combater a fraude à lei da concessão dos subsídios, embora tivesse sido publicada uma lei que criminalizava o desvio de subsidio. A PJ, sem meios e sem experiência, procurou informar-se, junto das autoridades administrativas, do quadro das possíveis fraudes, mas estas, ainda mais ignorantes,muitas vezes induziam as próprias policias em erro, contribuindo assim para a absolvição de muitos réus, por deficiência de instrução. Só um exemplo, entre muitos: A certa altura começou a aparecer em algumas acusações do Ministério Público uma asserção em que depois assentava todo o delito de que era acusado o arguido. Tratava-se de este, gerente de uma empresa beneficiária de um subsidio para formação, ter dado formação aos seus próprios empregados, o que seria ilegal (nunca se dizia qual a lei infringida, pela simples razão que não havia, nem podia haver). Assim quem tivesse dado formação aos seus empregados caía em desvio de subsidio e devia ser condenado, por tal crime. Por trás disto, escondia-se a suspeita pela PJ, aliás correcta, de que, sob a capa de subsídios de formação se estavam a pagar salários para o funcionamento normal e produtivo da empresa. Mas se a suspeita era correcta e fundada, a tese com que se procurava fundamentá-la era totalmente absurda. Pois para que quereriam as empresas dar formação aos empregados de outras firmas, se, em principio, nada ganhavam com as acções de formação, antes ainda deviam dispender com os seus custos, pelo menos 10 ou 20% dos mesmos. Só se fosse para tornar essas firmas mais competentes e produtivas, pela reclassificação da mão de obra, batendo assim em competitividade a própria firma que dava a formação. Enfim um disparate! Mas porquê insistiam, a PJ e o MP naquele anacronismo? Foi num julgamento em Ovar que o mistério se descobriu. Estava sendo ouvida como testemunha de acusação uma senhora, directora do DAFSE. A certa altura um advogado de defesa perguntou-lhe se ela achava que as empresas não podiam dar formação aos seus próprios empregados. Ela respondeu que sim , que podiam e logo desatou num choro compulsivo. Perguntada pelo juiz qual a razão de tal choro esclareceu que se achava responsável pelo disparate que aparecia em todas as acusações crime; fora o caso que uma brigada da PJ se deslocara ao DAFSE para obter informações sobre os procedimentos de instrução dos processos de candidatura, para melhor orientarem as suas investigações. No decurso desse "briefing" ela prestara a informação, errada, de que, pelos regulamentos, era absolutamente vedado às empresas dar formação aos seus próprios empregados. Só mais tarde se apercebera de que a sua informação era errada, mas não tinha tido coragem para admitir aquele erro e calara-se. Daí o seu choro e a sua vergonha! E tinha razão, porquanto já pelo menos um individuo tinha sido condenado com fundamento de ter dado formação subsidiada aos seus empregados.


A PJ transformou a verificação do facto, supostamente ilegal, em indicio seguro de ter havido desvio de subsidio e passou-o em relatório da instrução do processo ao MP, que, sem o menor espírito critico o introduziu na acusação, calmamente recebida pelos respectivos juízes. Claro que a directora do DAFSE não tinha razão para chorar tanto, porque depois dela tanto juízes, como Ministério Público como a própria PJ tinham obrigação de desmontar o erro e corrigi-lo. Claro que ele foi desmontado na maior parte dos julgamentos em que a acusação se baseava neste pressuposto, o que conduziu a sucessivas absolvições de indivíduos que, se a instrução dos processos tivesse seguido orientações mais correctas, poderiam ter sido condenados. Tais condenações teriam prevenido, talvez, o total desaforo e corrupção generalizada com que foi dispendida a verba enorme dos apoios comunitários à formação.

Mas isto também quer dizer que ninguém foi preparado para as dificuldades de absorção, com utilidade para o país, dos fundos comunitários; e esta responsabilidade cabe integralmente ao governo Cavaco Silva, que, com a sua inoperância, facilitou que dinheiros duplamente públicos fossem encher bolsos privados, sem qualquer reflexo de utilidade pública.

Além disso foi toda a panóplia de despesas ficticias, sobrefacturações e outros comportamentos ilegais que permitiram a muita gente, adepta do governo Cavaco Silva, adquirir carros topo de gama, comprar casas luxuosas e amassar fortunas indevidas. Mas formação, essa, não houve! Portugal e os portugueses perderam assim uma das melhores oportunidades de construir um futuro melhor e sustentável.

Mas não foi só nos subsidios às empresas que o descalabro, com a má aplicação dos fundos comunitários e do orçamento, se verificou. Os subsidios para a investigação, atribuídos a universidades e institutos superiores, tambem permitiram escandalosas operações. Quási podemos apostar que aquelas malfadadas torres negras que desfeiam o IST e a Alameda D. Afonso Henriques, têm nelas investido muito dinheiro desviado de fundos comunitários.

A insolvência do ITEC (uma associação ligada ao IST) permitiu a esta instituição universitária (em nome de uma associação por si controlada) comprar um prédio no centro de Lisboa e adquirir uma máquina que tinha custado cerca de 300.000 contos (pagos com fundos comunitários), tudo por preço vil (a maquina veio a ser comprada pelo IST por 10.000 contos, nova e nunca utilizada ).

Tudo isto beneficiou apenas os admnistradores e alguns especiais colaboradores do ITEC (os administradores ganhavam pingues vencimentos e ajudas de custos, por cima de outros que já tinham), pavoneavam-se em carros topo de gama e, como é dos livros, atiraram com a instituíção para a insolvência.Quando a administradora da insolvência abriu os olhos e se pronunciou, declarando que a mesma devia ser declarada fraudulenta, foi destituída.

A nova administradora fez logo um chorudo negócio: o único bem que sobrou do ITEC, foi um imóvel construído,em direito de superficie, no campus do INETI, no Lumiar. Tal imóvel foi avaliado pelas Finanças em €3.000.000; pois bem, o insolvente ITEC conseguiu vende-lo ao IAPMEI (organismo público) por 7 ou 9 milhões, o que vai permitir pagar mais alguns tostões a uns credores preferenciais.

Nunca nimguém foi preso nem judicialmente incomodado. Ah, esquecia-me: para permitir melhor esta e outras maningancias, o INETI, um dos poucos organismos públicos de investigação, foi extinto! Foi substituido na propriedade dos terrenos do campus do Lumiar, onde está construído o atrás referido imóvel doITEC, pelo IAPMEI; que não faz investigação nenhuma. Mas prevêm-se muitos outros negócios,com os terrenos que herdou sem pagar nada. Terrenos que não são só terrenos, mas também imóveis com destinos diversos (laboratórios, unidades de demonstração etc) e pelos quais vai agora passar a cobrar rendas das unidades operacionais que neles já trabalhavam, sem nada pagar porque eram suas proprietárias e agora já não são, por um golpe de mágica.

No tempo do governo cavaquista, o IAPMEI tinha duas fontes de rendimento absolutamente geniais. Uma, segundo um decreto-lei pequenino que nimguém leu, que lhe atribuia 3% dos subsidios concedidos, supõe-se que pelo trabalho de apreciação dos processos o qual óbviamente já estava pago pelo orçamento. Só que a Comunidade Europeia não esteve pelos ajustes e não considerou tal verba (incluída nos cálculos de custos de cada projecto) como relevante e recusou-se a pagá-la. Resultado , o Estado teve de devolver os 3% e como,claro, os cobrados já estavam gastos e ,quási sempre ,de forma sumptuária, quem pagou foi, de novo, o contribuinte.

A outra era mais sofisticada e permitia fugir a controlos orçamentais. Como entrava diáriamente muito dinheiro da Comunidade Europeia para os subsidios, bastava atrasar um bocadinho o pagamento dos mesmos para criar um fundo de maneio permanente que colocado num banco amigo podia gerar um juro baixito (o banco amigo tambem tinha que ganhar e assim obtinha um depósito permanente a juros de depósito à ordem), nunca superior a1%, que se transformou num magnífico saco azul, que nunca nimguem descobriu, sendo que todavia a PJ juntou cópias dos contratos com a banca a vários processos crime por desvio de subsidio. Mas jamais alguém investigou para onde ia o juro de tão estranho contrato.

Como se vê o dinheiro chovia como o maná.

Mas daí não resultou quási nada de bom para o país e seus cidadãos. Antes serviu para criar o monstro (o Estado gastador e incontinente), como mais tarde havia de admitir um dos ministros das finanças de então, o dr. Miguel Cadilhe.

Só o que não se admite é porque razão a rapaziada do PSD insiste em não querer incluir os 10 anos de governo de Cavaco Silva na lista dos governos que contribuiram para o país chegar à situação em que hoje está.

Wednesday, September 9, 2009

APOIO ÀS PMEs

De facto nimguém entende o que querem dizer a extrema esquerda e a direita por apoio às PMEs. Mas também não admira, porque ambas partem do principio que o povo português é irremediávelmente estúpido.


Na verdade a actual crise, forjada pelo liberalismo económico e a desregulação do mercado postas em prática pela extrema direita proto fascista da Sra Tatcher e do inefável G. Bush, terminou por uma crise de consumo provocada por falta de confiança na evolução da economia e pela deminuíção do poder de compra das familias devido ao desemprego e a uma maior tendencia para a poupança determinada pela incerteza quanto ao futuro. Menos consumo, tanto interno como externo( exportações), dá origem a uma menor produção das empresas ou a uma produção não escoada. De qualquer modo, a uma deminuíção do seu volume de negócios.Assim, as pequenas empresas e muitas médias têm que deminuir custos, havendo uma nefasta tendencia, muitas vezes provocada por má gestão e ganancia, de começar pelos despedimentos ou por atraso no pagamnto de salários.Isto é o B,A,Bá da politica económica, para conhecer a qual não é preciso frequentar nenhuma universidade.


Perante isto que pode fazer um governo, sobretudo de escassos recursos ( os recursos são sempre os provenientes dos impostos, isto é, do dinheiro de todos nós)?Não deixar cair demasiado o poder de compra das familias, para manter o cosumo a níveis aceitáveis, estimular a produção através do investimento público e procurar aumentar a confiança.Foi o que o governo fez, subsidiando de muitas formas os extractos mais carenciados da população (subsidios sociais, aumento do salário minimo, congelamento de preços de transporte,alargamento de outros subsídios familiares, fornecimento de refeições nas escolas e alargando os períodos de frequência das mesmas, aliviando os pais das suas obrigações parentais, abrindo cursos de formação para colmatar o desemprego, deminuindo significativamente o IRC das pequenas empresas e aumentando significativamente o investimento público não só o imediato como o projectado para um futuro próximo, o que aumenta a confiança, a aposta nas novas tecnologias estimulando paralelamente a formação necessária, etc., etc.).


Por outro lado defendeu o sistema bancário , intervencionando o BCP e o BPN (essa falcatrua bancária do PSD) e permitindo que o sistema bancário continuasse a funcionar, apesar da incompetencia e ganancia de alguns dos seus gestores. Claro que a este nível muito há ainda a fazer, a nível da supervisão, da total exclusão das ovelhas ronhosas do sistema e da morigeração da ganancia dos seus gestores(esta crise é, sobretudo, uma crise de gananciosos convencidos que os seus vicios privados se transformavam automáticamente em públicas virtudes)

O ataque ao investimento público não tem explicação;sendo uma das nossas principais fndústrias o turismo, faz todo o sentido investir no TGV e no novo aeroporto.

Wednesday, July 22, 2009

E VÃO TRES...

Já são tres ex-membros do governo de Cavaco Silva metidos até ao pescoço na roubalheira do BPN e da SLN. O próprio Cavaco ainda não explicou muito bem como é que comprou acções não cotadas (e portanto sem valor determinado pelo sacrossanto mercado) por €1 cada e as vendeu cerca de um ano depois a mais de €2,quási triplicando o empate inicial. Se as acções não estavam cotadas em bolsa, quem foi a alma caridosa que lhes atrbuiu o preço de mais de €2,providenciando tão simpáticas mais valias ao ex-primeiro-ministro, aquele que uma vez alertou os compradores de acções em bolsa que andavam a comprar gato por lebre. Pelos vistos, ele não.
Depois, segundo declarou ambiguamente, sofreu muitas perdas com as suas aplicações no BPN e na SLN . Pelos vistos, continuou a acreditar naquelas entidades, o que demonstra falta de senso, pelo menos. Mas perder não recomenda nimguem para coisa nenhuma, sobretudo sendo por falta de senso.
Aliás aquele governo de Cavaco Silva é um mistério.Os deputados do PSD, incluindo o seu lider,agora despachado para o Parlamento Europeu para não ter ideias,passam a vida a dizer que nos últimos 14 anos o PS esteve 10 anos no poder e eles só 4, atribuindo por isso todas as culpas do que acontece de mau a este país aos governos PS.Todavia se forem mais para trás e juntarem os 10 anos de governo PSD de Cavaco Silva já têm 14 anos de governos PSD e só 10 PS. Segundo o insuspeito Cadilhe foram os governos de Cavaco Silva que geraram o monstro Estado,para ele a origem de todos os males.Não tem totalmente razão porque já antes, o actual aliado do PSD, o PCP, tinha engurgitado o Estado de coisas e bens, com as suas nacionalizações e reforma agrária, atirando-o para a quási falencia de que o salvaram os primeiros governos constitucionais do PS, com Mário Soares a primeiro-ministro.Depois veio o iluminado R. Eanes que com os seus governos de iniciativa presidencial atirou o país para os braços da Aliança Democrática que cumpriu a sua missão de pôr de novo Portugal à beira da falência, à custa do enriquecimento de alguns. Depois veio de novo o PS( de que o povo portugues sempre se lembra quando está num beco sem saída) e, com ele Mário Soares(o melhor primeiro-ministro que o Portugal pós 25 de Ablil teve)o qual teve a coragem de, a contra gosto, impor ao povo os sacrificios que a situação exigia mas, ao mesmo tempo, criando as condições necessárias para a adesão à Europa e, em consequencia, abrindo aos portugueses a possibilidade, e dando-lhes as ferramentas, de terem um futuro de progresso e bem-estar.
Nesta altura entrou em acção, de novo,o inqualificável Eanes que se lembrou de uma coisa que nenhum presidente democrático alguma vez fez;fundou um novo partido, com dissidentes do PS, para dividir este partido e assim impedi-lo de conquistar o poder que,pelo que tinha feito, mais do que qualquer outro merecia.
Foi assim que o PSD ganhou as eleições, com Cavaco Silva, escolhido à pressa na Figueira da Foz, como primeiro-ministro.Ele já tinha sido ministro das Finanças com Sá Carneiro, no tempo da Aliança Democrática, mas quando viu que a sua politica conduzia à falencia deu o fora, sem deixar saudades.
Mas agora vinha mais venturoso que o rei D. Manuel 1º.
Mal chegou caíram-lhe em cima os milhões de milhões de Bruxelas. Depois o petróleo caíu para o preço mais baixo de sempre:esteve a 10 dólares o barril e nunca subiu a mais de 30.Para ajudar os americanos lembraram-se de desvalorizar o dolar; foi em pouca coisa mas para um país, como Portugal, que tinha a sua divida externa expressa em dólares, foi uma poupança de milhões que fizeram muito geito.
Que fez o actual Presidente da Rèpública a todo este maná? Gastou-o e mal!

Parte foi para as auto-estradas e IC'´s ;mas este ainda foi, dos males, o menor, pois apesar de haver farta roubalheira na construção das vias e no aumento dos preços das empreitadas, com nova legislação feita a preceito, acabou por se construir uma rede de estradas nova que teve alguma utilidade.

Depois veio a reforma do sistema remuneratório da Função Pública, com o aumento dos indices remuneratórios, sobretudo nos lugares de topo, a criação das hoje célebres promoções automáticas ( que nao eram nada disso, mas que se transformaram nisso graças a uma total falha de avaliação dos funcionários promovida pela clique das corruptas chefias cavaquistas que levava a que, tendo todos bom ou muito bom, todos mudassem de escalão d e 3 em 3 anos-excepto algumas personas non gratas politicamente, não dispostos a fazer fretes que esses ficavam a marcar passo, mas tambem não por muito tempo). Foram tambem criadas inúmeras carreiras especiais, com beneficios remuneratórios e outros cuja maioria se não justificava e que apenas serviam para dar chorudos tachos a amigos e comparsas. Uma das mais espantosas foi a carreira de investigação, cujos funcionários, quási todos saídos da Técnica superior, passaram a ganhar quási o triplo, pouco ou nada investigaram,pelo menos no interesse do país, e que ficaram num regime de dedicação exclusiva que tem tantas excepções que deve ser o regime com menos dedicação exclusiva de toda a função pública. Esta carreira, tanto ao nível universitário como de serviços públicos, tinha porta aberta de acesso aos fundos comunitários,que proporcionavam pingues rendimentos extra a quem se introduzia nos esquemas. Basta ir ao tribunal analizar a insolvencia do ITEC ( o outro Técnico, como era conhecido em Bruxelas), para ter uma pálida ideia da pouca vergonha que tudo aquilo era. Compraram-se prédios,depois revendidos a associações amigas e nunca pagos pelo seu real valor, compraram-se carros de alto preço e alta cilindrada onde se pavoneavam gestores incompetentes e pouco sérios, compravam-se equipamentos técnicos de alto gabarito e preço, nunca utilizados pelo comprador e depois penhorados por um banco e revendidos ao próprio Técnico, por venda judicial, por um preço,ao que consta, de cerca de 4% do seu valor real. Nimguem foi preso. Ainda, ao que consta, recentemente foi vendido o único bem aproveitável do ITEC, um edificio construido em direito de superficie nos terrenos do INETI, no Lumiar, que passaram por artes mágicas de um decreto-lei para o IAPMEI. Foi este quem comprou o edificio, parece que pela módica quantia de 7 milhões de euros, quando tinha sido avaliado pelo Ministério das Finanças em 3 milhões.

Com os novos vencimentos, as promoções tornadas automáticas, as carreiras especiais com inúmeras vantagens e excepções e os negócios paralelos que tudo isto permitia, a função pública tornou-se altamente atractiva para o lusíada que começou a esfalfar-se e a meter cunhas para conseguir um postozito que lhe abrisse as portas para aquele céu de oportunidades.Muitos conseguiram.Mas por muito boa vontade que tivessem as chefias cavaquistas, não podiam fazer de todos os portugueses funcionários públicos, embora gostassem (era uma forma de garantir a multiplicação das maiorias absolutas e fazer do continente outra Madeira). Mas desuharam-se a meter gente com estatutos esquisitos e muitas vezes ilegais. Eram bolseiros , estagiários,avençados,afectos e pagos por projectos financiados pela Comunidade, depois União Europeia, empregados em associações, fundações, Centros Tecnológicos ou Cientificos e mais uma miríade de designações, tudo financiado com dinheiros públicos ou comunitários e que tinham a caracteristica, salvo raras excepções, de não produzir nada mas pagar salários ou avenças ou outos estipendios.

Quando a Cavaco, talvez agoniado com tanta pouca vergonha,lhe deu o tabú e se foi embora, foi Guterres que lhe aparou a herança, com sindicatos aos berros que toda aquela malta admitida pelo cavaquismo, nas bordas da função pública e sem objectivos concretos, estava afinal a satisfazer necessidades permanentes do serviço e devia portanto ser integrada na dita função. Guterres aparou o jogo e fez uma lei permissiva nesse sentido, com uma execução pouco rigorosa, que facilitou a entrada de milhares de cavaquistas na função pública. Assim se creou o monstro de que fala Cadilhe. Mas ainda falta o melhor da festa: a formação, com a qual se desbaratou, sem proveito, grande parte do maná vindo de Bruxelas Mas isso fica para um segundo artigo desta série do E VÃO TRES.

Thursday, July 9, 2009

SOBE e DESCE...NO BANCO de PORTUGAL

tir desta falsa premissa
A comissão de inquérito parlamentar ao BPN e à supervisão do Banco de Portugal tem uma longa história. Mas, por mais que o deputado do CDS esbracege, não há dúvida que ele foi para ali exclusivamente para ver se arrancava a cabeça de Vitor Constancio, que tinha posto a descoberto o real déficit do orçamento aprovado pela maioria CDS/PSD, no reinado de Santana Lopes.Nisto foi apoiado pelos deputados, na Comissão, da CDU e do BE, cada vez mais fascizantes.Na verdade, àqueles partidos, se fossem de esquerda como dizem, interessaria muito mais reforçar a supervisão e não destruí-la ou mesmo desvalorizá-la.Mas os interesses conjunturais dos dois partidos,auto-ditos de esquerda, no sentido de conseguirem mais uns lugarzitos no parlamento e destruírem a maioria do PS, sobrepoem-se ao interesse estratégico nacional de termos um banco central prestigiado que contribua para definir a politica certa, no combate à crise, do Banco Central Europeu, em cuja admnistração o Banco de Portugal tem lugar.Mas nada disto passou pela cabeça daqueles prèclaros deputados auto-intitulados de esquerda e tudo acabou naquela parangona, falsa, da SIC, passada constantemente nas suas emissões, segundo a qual a OPOSIÇÃO (isto é o CDS, o PSD, aCDU e o BE, todos juntinhos) tinham" chumbado" o relatório da Comissão. Falso porque o relatório foi aprovado pela maioria da Comissão e, felizmente em Portugal, ainda funciona a democrática regra da maioria. E, o pior que podia acontecer aos portugueses era que as conclusões do deputado Nuno Melo e asseclas fossem aprovadas.
Na verdade as burlas financeira passam todas por transferir, ilegitimamente, bens de uns para outros. Não há muita diferença entre o que fez o célebre Madoff, dos 150 anos de prisão, e o Oliveira Costa e o Dias Loureiro.;Só que o primeiro resolveu fazer de confesso arrependido e o segundo de pobre parvo e ignorante,e ambos de que não sabiam o que faziam.Mas estas duas estratégias conduzem a um objectivo único: ocultar para onde foi o dinheiro desviado, que é o prejuizo de muitos e o lucro deles.Isto para que, mesmo que condenados,não percam a disponibilidade do produto das vigarices perpetradas para o obter
Sobre isto nem uma pergunta a comissão fez, sob o falso pretexto de que a sua missão não é investigar crimes; pois não mas isso não pode impedi-la de fazer perguntas pertinentes,mesmo que nas hipotéticas respostas possa estar incluída a confissão de um crime. Só que, a partir desta falsa premissa, os dois delinquentes presumidos puderam defender a sua tese, segundo a qual podiam ter cometido erros, mas não fizeram nada por mal, portanto não são réus de coisa nenhuma. E, um deles quando finalmente foi ouvido como arguído,veio cá para fora dizer que só agora percebeu a trama que estava por trás das vigarices que a sua gestão propiciara. Irra, que é estúpido. Uma pergunta lhe devia ser feita pelo deputado do CDS: -Quanto ganhava ele,de vencimento, para ser tão estúpido e gerir tão mal.
Entretanto as vitimas organizaram-se para...reinvindicar que o estado , isto é, todos nós lhes paguemos os péssimos investimentos que fizeram, As vitimas do Madoff tambem se organizaram para...baterem palmas aos 150 anos que o Madoff apanhou (os presumidos delinquentes portugueses nunca apanharão mais que 8 anos, mas alguem viu o P. Portas dizer, como diz a propósito de qualquer crime cometido por pretos ou ciganos,que o nosso código penal é muito brando e permissivo)e para andarem atrás do dinheiro que o Madoff colocou em mãos seguras( e já conseguiram recuperar alguns milhões. Os nossos apenas querem que o Estado lhes pague tudo.
É que a culpa de tudo isto não é dos vigaristas, é do Banco de Portugal.AR

Friday, July 3, 2009

O GESTO E O MINISTRO

O ministro fez um gesto e o povo embasbacou, a imprensa delirou, os comentadores (entre os quais se inclue agora o nosso inefável presidente da rèpública) vomitaram a asneira do costume, o CDS protestou, o PSD protestou, o PCP protestou e aeitou desculpas, a esquerda caviar,ou melhor, o Bloco (já nimguém lhe chama de esquerda) explicou que os gestuais cornos que o ministro exibiu lhe não pertenciam e o PS pediu desculpas, demitiu o ministro e todo o mundo ficou contente.
Muitos comentadores esclareceram a plebe que o gesto consituia uma ofensa ao palácio da democracia, que é a Assembleia d República. Ora eu acho que uma ofensa à democraticidade da Assemblia é ter entre os seus membros o visado pelo nefando gesto , o impagável Bernardo Soares que considera a Coreia do Norte como o paradigma da democracia. Sim, aquela república onde o poder se transmite de pai fara filho, por decisão do pai-chefe, onde o povo morre à fome para terem bombas nucleares e onde os chefes vivem em redomas para não serem contaminados pelas bactérias produzidas na plebe.Por aqui se pode concluir como seria Portugal governado por tais politicos. Por suavez este Bernardo Soares é chefe de fila de um partido que ainda recentemente permitiu, sem sequer pedir desculpa, que militantes seus agredissem Vital Moreira, durante uma organização cujo controle óbviamente detinha. São tipos destes que pretendem dar lições de democracia aos portugueses. Pobre do lusíada, coitado, antes fosse para o Brasil... Talvez por seguirem o poeta é que dois notáveis portugueses anunciam seguir o caminho por ele indicado e irem para o Brasil agoniados que estão com toda esta mediocridade.
Eu acho que oministro Pinho só se enganou de gesto. Em vez da imitação dos cornos,devia ter feito o popular manguito do Zé Povinho. Nem mesmo um comunista estúpido se atreveria a dizer que o gesto de Bordalo Pinheiro era impróprio da democrática Assembleia da República.AR