Wednesday, July 28, 2010

A POESIA DO FUTEBOL

Terminado o campeonato do mundo do futebol, é oportuno tecer algumas considerações sobre o comportamento da equipa portuguesa. Ele tem aspectos positivos: chegámos aos oitavos de final só perdemos com o campeão do mundo, pela difernça minima , com um golo evidentemente irregular e, de um modo geral a equipa portou-se bem.
Mas tambem tem aspectos muito negativos: só num jogo marcámos todos os nossos golos e contra a equipa mais fraca, ficando a zero em todos os outros, a gestão do “team” nos outros jogos foi pouco inteligente, tivemos casos pouco ou nada esclarecidos como o impedimento de Nani e o afastamento de Deco, deu-se a Ronaldo uma missão impossivel,deixando-o sòzinho,sem nimguem que o servisse nem a quem ele pudesse servir, mas que ele cumpriu com toda a honestidade secando,na sua cobertura, 2 ou 3 adversários, o que permitia libertar outros tantos companheiros para tentarem o ataque e a vitória, só que tal quási nunca aconteceu porque a recomendação era não perder e não ousar ganhar; quando no jogo contra a Espanha um avançado ousou tentar ganhar foi imediatamente substituido; e não foi por estar programado, mas por ter ousado que a substituição se deu.
Esta idiosincrasia nacional, de que o treinador Queiroz é o evidente expoente ( e Mourinho o oposto) foi já comentada, em diversos tons, pela inteligencia nacional, em prosa e em verso, em narrativas e em textos filosóficos. Camões, Mendes Pinto , Nobre, Régio, Pessoa, Eça,Camilo , Sena,Saramago, José Gil,entre muitos outros, exploraram o tema ao infinito; mas de nada serviu, porque os nossos orgãos decisores são incultos, pouco lidos e incapazes de ligar o que lêem à prática. Escolher Queiroz era escolher o medo de ousar, o medo de perder,o jogo do vamos lá ver se nos safamos e se aguento o tacho e,simultaneamente, a certeza de um comportamento arrogante, acritico e autocrático. No jogo com a Coreia do Norte, e a equipa não é tão má como isso, a equipa portuguesa mostrou que e capaz de ganhar e de marcar golos,desde que não sujeita a um espartilho inibidor; porque é que, no jogo com o Brasil, quando já tinhamos a certeza de não ser desclassificados, não arriscámos e tentámos a vitória? Medo, só medo,
Um grande poeta português definiu espantosamente este estado de espirito. Foi Mário de Sá Carneiro e disse assim:
Um pouco mais de sol- eu era brasa
Um pouco mais de azul- eu era além
Para atingir faltou-me um golpe de asa
Se ao menos eu permanecesse aquém.
Mas aos holandeses , com um país tão pequeno quanto o nosso, não faltou o golpe de asa. Nós, nem aquem permanecemos.